Busca

Sobre

Fachada Casa Levy

O ACERVO LEVY

O Acervo Levy , mais que um simples acervo familiar, traz um retrato bastante amplo da vida cultural em São Paulo. Pesquisadores com interesses diversos poderão se debruçar sobre ele, focando nos mais diferentes recortes: pode-se focar na obra de Alexandre Levy e Luiz Levy, os dois nomes mais fulgurantes desse conjunto, ou de grandes compositores do período, como Carlos Gomes, Leopoldo Miguez entre outros que estiveram no entorno da família, mas também permite aprofundar-se nos mais diferentes aspectos do cotidiano do músico, da educação musical, do comércio musical, do mercado editorial, das transformações no mundo dos concertos, da crítica musical, da criação de clubes e sociedades de concertos (como é o caso do Club Haydn), da vida cultural em geral, do cotidiano da mulher na sociedade da época, da realidade dos imigrantes, das viagens e intercâmbios com o mundo europeu, etc.  Um retrato que é ao mesmo tempo amplo – ligado a grandes eventos públicos noticiados em jornais e revistas ou relativos ao estabelecimento comercial – e também íntimo – em relatos da vida privada em cartas, fotos, diários e outros documentos pessoais. Um panorama, portanto, bastante abrangente da vida na cidade de São Paulo na segunda metade do século XIX e primórdios do século XX.  

Apresentação da família

Cabe aqui uma breve apresentação dos integrantes da família, os principais personagens da cena musical aqui apresentada, a começar pelo patriarca da família o comerciante e músico Henrique Luiz Levy.

HENRIQUE LUIZ LEVY

O comerciante de jóias e clarinetista alsaciano Henri-Louis Levy – aqui no site apresentado com o nome abrasileirado como passou a aparecer na imprensa e em outros documentos: Henrique Luiz Levy. É provável que “Henri-Louis” não seja o nome de batismo e seu nome verdadeiro seja Simon, e ele tambem tenha alterado sua data de nascimento, conforme consta nos documentos do censo de uma família Levy de músicos da cidade de Dehlingen. De fato encontramos entre os documentos um papel em que ao lado de seu nome aparece anotado “dit Simon” (ou: “dito Simão”).  Teria Simon ao imigrar alterado nome e idade? Porque?

Como comerciante de jóias e com seu clarinete a tiracolo vem aventurar-se em terras brasileiras. Em Campinas criou laços estreitos com os músicos da família de Manuel Gomes tendo grande influência no início da carreira de Carlos Gomes que lhe dedicou algumas obras de juventude. Em São Paulo Henrique Luiz Levy casou-se com Laurette Chassot, suiça que administrava uma casa de chá. A partir desse encontro unem café, jóias e, cada vez mais, música em suas atividades comerciais. Dessa união nascem 4 filhos: Luiz, Alexandre, Paulina e Mauricio.

Henrique Luiz Levy, Laurette Chassot e filhos
(à esquerda Paulina, Luiz, Alexandre e Mauricio, sentado)

O mais velho, Luiz Levy (apelidado de Nhonhô)  exímio pianista, figura de grande sociabilidade, atento às novidades da época: ciclista, filatelista, hábil tanto em gêneros de concerto quanto na música popular urbana que se estruturava à época (a exemplo das polcas que compôs em resposta a peças de Ernesto Nazareth, o que os chorões costumam chamar de “choro-resposta”) e em Canções Sertanejas ou outros gêneros regionais. Casou-se com Beatriz (apelidada de Bebé),  uma história feminina que merece ainda ser muito pesquisada. O segundo filho Alexandre (chamado de Nenê, apelido que rejeitava)  tornou-se um dos mais conhecidos nomes da música brasileira, principalmente pela consagração que lhe deram os modernistas que o valorizavam como precursor da estética nacionalista que se tornaria hegemônico na arte brasileira da primeira metade do sec. XX. Apesar de falecido precocemente mostrou-se  um sofisticadíssimo compositor romântico e há que se admitir que, em 1890,  um movimento de Suíte para orquestra denominada “Samba” inspirado em ritmos afro-brasileiros era algo bastante original. Paulina Levy (apelidada de Nhanhã) a quem Alexandre dedicou peças, casou-se com Ezequiel Ramos Junior, advogado e poeta e tem, como a maioria das mulheres da época, tem sua história pouco visibilizada. Por fim o caçula, Mauricio Levy, formou-se na Academia de Direito porém tornou-se mais conhecido como enxadrista tendo tido uma coluna de xadrez  durante 50 anos no jornal Diário Popular. Casou-se com Rosina di Giacomo. A família ainda tem, até hoje, músicos atuantes : Gabriel Levy (curador desse Acervo) e Marcos Levy (conhecido no meio da produção musical como Xuxa Levy)

Com essa pequena apresentação convidamos pesquisadores de todas as áreas relacionadas a esse acervo a se debruçarem sobre ele!  Nas janelas abaixo publicamos alguns textos de apoio e links que podem auxiliar na compreensão desse momento histórico-cultural.

SITES RELACIONADOS

Site do projeto coordenado por Eduardo Monteiro e Luiza Sayure de gravação das obras de ALEXANDRE LEVY

https://www.alexandrelevy.com.br/

link para baixar e-book:

https://www.alexandrelevy.com.br/

ARTIGOS RELACIONADOS

O piano de Alexandre Levy por Achille Picchi
Importância da Casa Levy por Fernando Binder
Notas sobre o acervo fotográfico por Fanca Cortez

VIDEOS RELACIONADOS

AGRADECIMENTOS

Os organizadores do ACERVO LEVY agradecem a todos os familiares, colaboradores e amigos que se empenharam para que o site ACERVO LEVY pudesse oferecer essa riquíssima diversidade de materiais da maior importância histórica. Em especial agradecemos aos dois familiares que mais se empenharam para que todos esses documentos e importantes fontes primárias para a pesquisa  fossem reunido e preservado.

Luiz Fernando Costa e Silva, neto de Mauricio Levy, desde a época em que coordenou as comemorações do Centenário de Alexandre Levy, vem preservando documentos da maior importância para a história da família.

Cecilia Levy Murtinho de Souza que, para realização de uma biografia de seu pai, Luiz Levy, contratou os trabalhos do musicólogo Arnaldo José Senise possibilitando uma longa pesquisa que agregou diversos outros documentos, de origens diversas, ao acervo.

Sua irmã Ondina de Sampaio Levy também colaborou na reunião de documentos. Maria Helena da Costa e Silva Quinto di Camelli que se debruçou sobre o passado da família e organizou um acervo fotográfico, seu filho Fernando Quinto di Camelli que nos apoiou nos primeiros passos da reunião do material. Marcos José Levy (no meio musical conhecido como Xuxa Levy) que com seu entusiasmo estimulou e colaborou para que a ideia dessa divulgação da história acontecesse, tendo também projetos de continuidade para que essa história se multiplique em outros formatos, como, por exemplo, um documentário audiovisual. Sua companheira, a produtora Beth Moura que formalizou projetos anteriores a esse e que foram a base segura onde nos apoiamos para que esse projeto pudesse ser viabilizado. Fabio Seixas Levy , um dos familiares interessados na história da família, complementando o acervo, colaborando no trabalho e apoiando com incentivos constantes e divulgação. Seu filho Jonas Arilho Levy que, junto a meu enteado Matheus Manfredini, também colaborou no início dos trabalhos. Maria Claudia Levy designer que vem acompanhando o projeto desde o início, e com sua sensibilidade artística permitiu que o site tivesse um grande impacto e comunicabilidade visual. A todos os outros familiares  (são muitos!) que colaboraram com idéias, apoio, divulgação do projeto.  Como se vê não se trata apenas de um projeto profissional mas também de um grupo familiar que se empenhou efetivamente e afetivamente para que esse site pudesse ter a magnitude com que se apresenta a todos nós.

Além disso cabe agradecer a. todos os profissionais que se dedicaram ao ACERVO .ais profissionais envolvidos no dia a dia do trabalho: o musicólogo Alexandre Röhl que desde o principio do projeto se envolveu com a iniciativa, desde antes de recebermos o prêmio do edital e sem medir esforços para que ele concretizasse. Felipe Faglioni que trabalhou com apuro técnico para que pudéssemos finalizar o site com a qualidade que ele apresenta. Fanca Cortez , que encontrou soluções para diversas dificuldades que tivemos e cuidou para que o acervo fotográfico tivesse uma magnífico destaque no site. Agradeço também a Paulo Castagna e Fernando Binder grandes  autoridades da musicologia histórica no Brasil  que vem acompanhando o trabalho e apoiando informalmente no dia a dia do projeto com sua experiência. A  Ethos Produtora que estruturou todo o trabalho em especial Magda Pucci que  envolveu-se no projeto com grande carinho, amizade e profissionalismo, e à produtora Amanda Moraes. Agradeço também in memoriam à produtora Katia Teisen  que, vítima do Covid-19, não pode concluir conosco o projeto.